Um estratótipo é definido pela necessidade da existência de modelos padronizados que sirvam de referência para determinados andares ou limites estratigráficos.
É uma representação adequada da unidade que representa, sem hiatos ou descontinuidades, boa exposição desde a base até ao topo; deve mostrar variações de fácies.
Quais as especificações no estabelecimento de um estratótipo?
- Localização geográfica
- Meios de acesso
- Espessura
- Litologia
- Limites
- Paleontologia
- Mineralogia
- Estrutura
- Geomorfologia
- Localidades e áreas-tipo
Que tipos de estratótipo existem?
Holostratótipo: estratótipo original definido pelo autor quando do estabelcimento de uma unidade ou limite.
Parastratótipo: estratótipo suplementar utilizado pelo autor original para complementar a definição original de um holostratótipo.
Lectostratótipo: estratótipo seleccionado mais tarde na ausência de um estratótipo original devidamente designado.
Neostratótipo: estratótipo novo, escolhido para substituir um antigo desaparecido ou rejeitado.
Hipostratótipo (corte de referência): estratótipo suplementar destinado a completar o conhecimento de dado unidade ou de um limite noutras áreas geográficas ou com fácies diferentes das do holostratótipo.
Existem, no entanto, insuficiências comuns no estabelecimento de um estratótipo.
- caracterizarem intervalos de tempo muito breves e muitas vezes incaracterísticos do desenvolvimento filogenético de certos organismos.
- serem caracterizados por conjuntos demasiado restritos de organismos.
- apenas apresentarem determinadas fácies.
- caraterizarem apenas determinada província paleogeográfica.
- dificuldade de controlo da existência de sobreposições ou hiatos em estratótipos compostos.
A noção de GSSP (Global Boundary Stratotype section and Point) é importante para a apresentação do estratótipo seguinte. O GSSP é um estratótipo que permite definir os limites entre andares.
Bajociano
O Bajociano é um andar do Jurássico Médio com idade entre 168,3 e 170,3 M. a.. É limitado inferiormente pelo Aaleniano e superiormente pelo Batoniano, ambos pertencentes ao Jurássico Médio.
O seu limite inferior está definido na base da camada AB 11, na Secção de Murtinheira, no Cabo Mondego (40 qm a oeste de Coimbra e 7 qm a norte da Figueira da Foz), Portugal. Foi estabelecido que o início da camada coincidia com o aparecimento de um conjunto de amonites: Hyperliocersa mundum, Hyperlioceras furcatum, Brausina aspera e Brausina elegantula.
O GSSP pertence à carta topográfica à escala 1:25000 de Vais (folha 238-A), com as coordenadas M = 134,4 e P = 359,2
Em termos magnetostratigráficos, o GSSP coincide com uma passagem de polaridade inversa para normal.
A sucessão do GSSP corresponde a uma alternância mais ou menos rítmica de calcários cinzentos e margas, por vezes fossilíferos (amonites, braquiópodes), bioturbados e com fragmentos de carvão. É provável que, à data da sedimentação, o ambiente fosse de plataforma carbonatada, com mais ou menos influência de uma plataforma terrígena.
Figura 5 - Localização do GSSP (A e B) e ocorrências fósseis (C) |
Referências:
Imagem retirada de <https://engineering.purdue.edu/Stratigraphy/images/combined/full/Bajocian_GSSP_web_June20121.jpg>
Página consultada a 1 de Janeiro de 2012. <http://www.stratigraphy.org/GSSP/index.html>
Página consultada a 2 de Janeiro de 2012. <http://www.stratigraphy.org/GSSP/file23.html>
Página consultada a 2 de Janeiro de 2012. <https://engineering.purdue.edu/Stratigraphy/images/combined>/full/Bajocian_GSSP_web_June20121.jpg
Página consultada a 1 de Janeiro de 2012. <http://www.stratigraphy.org/GSSP/index.html>
Pais, João e Rocha, R. (2010) - Quadro de divisões estratigráficas.
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